Há ainda uma curiosidade sobre Cora Coralina que ajuda muito intender o seu universo: aquela que se passavana cozinha. "Cora Coralina dizia que a culinaria é a mais nobre das artes."revela Britto. para a poetisa cozinhar e escrever gozavam de grande intimidade.Já que, ambos os casos, a memoria era ingrediente importante, transferidaseja ao resgatar antigas receitas ou ao contar uma historia de infancia.
decadas depois de sua morte, os especialistas , tanto das letras quanto do forno e fogão, foram o cor para dizer que,de fato não dá dissociar a doceira da poeta. "Não haveria contradição nas ocupações da goiana Cora Coralina," escreve o jornalista gastronomico J.A.Dias Lopes no prefacio do livro Com Coralina - Doceira e Poeta. Para Britto, suas receitas recuperavam, assim como seus poemas, tradições de costumes. E depois de prontos, seus doces traziam lembranças em caldas, nas fatias de bolos e nas frutas cristalizadas- feitas com diversos tipos que nascem o ano todo " nos grandes quintais de Goiás."
Semente de Fruto
(...)
Despojada. apedrejada.
Sozinha e perdida nos caminhos incertos da vida.
E fui caminhando...
E nasceram filhos.
E foram eles, frágeis e pequeninos,
crescendo devagarinho.
E foram eles a rocha onde me amparei.
antepari à tormenta que viera sobra mim.
(...)
Em seus poemas, Cora Coralina dispensava as rimas
e a metrica, algumas das características do movimento
modernista de 1922.
Regina Mercia Sene Soares
SESC- revista- sescsp.org.br
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