Cascais 103
A meu amor profundo tão junto a mim, Solange,
A brisa marítima no pontão de Cascais
Inicia a opacidade verde do mundo, eco
para aspirarmos a uma revelação total
no jardim suspenso dos lugares, um
pouco atrás um pouco á frente
como a plasticina do texto, quem
ouve ainda o silêncio muito para
além dos braços cruzados junto aos
punhos, vira a opacidade azul e branco
das casas do mundo onde a mesa é
o mundo, eco, aí o fogo das tuas ancas
no telhado da iluminada superfície
como a área negra suspensa no mar
vibra irmã das tintas – somos animais
no outro lado Agosto espera-nos na
superfície da substância dos seios
sobre a mesa da poesia partilhada
marcha o coração entre o riso e a
lágrima do silêncio longo
José Gil
http://joseamilcarcapinhagil.blogspot.com
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