A Evolução na Família
Hoje,
a figura de chefe de família já não se fixa mais no homem, é um papel compartilhado.
A senhora liberdade reúne, mas as pessoas são individualmente consideradas em
seus direitos, deveres, vontades e necessidades e possibilidades. Muitas
pessoas olham essa realidade e considera um absurdo, uma perda de referenciais.
E realmente, se visto do ângulo delas com sua experiência cultural, isso
existe. Mas se visto ao longo da história, enxergamos um caminhar da evolução
nas relações sociais rumo ao reconhecimento de valores além material.
A
família atual não se alicerça unicamente no matrimonio, com caráter patriarcal,
hierarquizado e matrimoniado, há uma concepção de pluralidade na
instituição familiar. Vemos famílias compostas de pais e filhos, mães e filhos,
de pais, mães e filhos, de apenas um casal hétero ou homossexual com ou sem
filhos,de irmãos, de pessoas sem nenhum vinculo consanguíneo que habitam
juntas, que são, inegavelmente famílias.
O
vinculo atualmente definidor do estado familiar é sócio afetivo, não
patrimonial, consanguíneo. Deixa-se de lado o aspecto material para
resguardarem-se os direitos da pessoa humana. Filho não é necessariamente o que
nasceu biologicamente de uma mulher, mas aquele que tem vinculo formal expresso
por um contrato, para ser o relacionamento afetivo reconhecido publicamente
como entidade familiar. Nele cabe ou não o vinculo formal.
As nacionalidades, enfim, a aparência material já não
pondera. Resta ainda a barreira do reconhecimento jurídico e social do
casamento homossexual em nossa legislação. A família contemporânea se apresenta
de forma diversa da família de outrora, uma consequencia natural de todas as
mudanças vivenciadas pela humanidade.
O
sentimento de família, atual bem prioritário, reúne todas as emoções inerentes
a pessoa humana, como identidade, pertença, aceitação, rejeição, amor, carinho,
raiva, medo, ódio. Seu traço fundamental é aquela idealizada de um conto de
fadas, mas a humana, real e possível, comportamento conflitos, sentimentos
construtivos ou destrutivos, o cuidado, a solidariedade, o respeito,
pertencimento e convivência. Eis as bases atualmente reconhecidas e protegidas
como instituição familiar.
A
família atual se conecta pela afetividade, busca de solidariedade, felicidade e
a promoção da dignidade da pessoa humana. Mas do local adequado para a
procriação, transmissão de patrimônio e do nome, ela surge como local adequado
para o desenvolvimento da pessoa humana, preparando-a para a vida em sociedade,
fundada em valores morais como respeito, solidariedade, cuidado, afetividade,
pertencimento e convivência. E podemos defini-la como uma entidade de afeto e
entre ajuda, fundada em relações pessoais, voltadas ao desenvolvimento do ser
humano.
Regina Régia
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