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Cyro Miranda,
    Senador pelo PSDB, coloca suas impressões a respeito do turismo, em
    especial sobre desenvolvimento e acessibilidade 
O turismo no
    Brasil tem evoluído de forma substancial ao longo das últimas décadas e
    contribui para mais de nove por cento do PIB. 
São mais de 400
    bilhões de reais, o que coloca o país na sexta posição mundial. 
Ano após ano, a
    participação desse importante segmento na economia tem crescido, 3,4 por
    cento em 2013 e, provavelmente, 5 por cento em 2014. 
O Brasil segue uma
    tendência presente em todo mundo, já que o turismo contribui para 9,5 por
    cento da economia global. 
No contexto da
    globalização tecnológica e cultural, o turismo revela-se como a principal
    ferramenta para se conhecerem os diferentes povos do planeta,
    caracterizados pela diversidade de percepções e olhares. 
As gerações de
    hoje não nos parecem ter mais desejos do que as do passado no que concerne
    a conhecer o mundo, viajar e viver as experiências de diferentes culturas. 
Mas, com certeza,
    as possibilidades e os meios para realizar as viagens agigantaram-se nos
    últimos cinquenta anos, tornando-se acessíveis a diferentes segmentos da
    sociedade, em particular em economias emergentes, como a brasileira. 
Hoje ir ao exterior
    ou conhecer os diferentes estados da Federação não é apenas um sonho, mas
    uma possibilidade para milhões de brasileiros. 
Mas é necessário
    ampliar esse contingente seja qual for o próximo presidente. 
Não podemos abrir
    mão de sedimentar o Brasil no segmento do mercado global de turismo, de
    modo a ocuparmos posição condizente com a economia e as belezas de nosso
    país. 
Sempre é válido
    ressaltar que o Brasil tem uma diversidade cultural que se projeta nos
    atrativos turísticos. 
Não somos apenas
    um país com belas praias e um carnaval inigualável. 
Despontamos como
    um dos maiores potenciais do turismo de aventura e oferecemos uma
    diversidade cultural, que vai do Boi de Parintins no Norte, passa pelo São
    João no Nordeste, pelas cavalhadas no Centro-Oeste e segue até os Centros
    de Tradições Gaúchas, no Sul. 
É preciso
    desenvolver e enraizar a cultura do turismo em nossas populações. Fazer
    entender e reforçar a importância dessa indústria para a geração de emprego
    e renda. 
O setor de turismo
    no Brasil gera 2,9 milhões de postos de trabalho diretos, o que chegar a
    8,4 milhões quando se consideram os postos indiretos e induzidos, conforme
    dados do IBGE. 
Hoje, não se pode
    falar em cidadania e democracia sem que se pense nas condições ideais de
    acessibilidade como mecanismo de promoção da inclusão social. 
No ramo do
    turismo, essa questão é fundamental, porque, se as instalações não são
    acessíveis, coloca-se uma barreira, muitas vezes, intransponível para o
    cadeirante ou o portador de outras dificuldades de locomoção, por exemplo. 
A indústria do
    turismo lança um olhar sobre um tema que tem sido discutido no cenário
    internacional e nacional. Quase 46 milhões de brasileiros têm algum tipo de
    deficiência: mental, motora, visual ou auditiva. Esse número corresponde a
    24% da população total do país. 
Cerca de 10% da
    população mundial, aproximadamente 650 milhões de pessoas, vivem com algum
    tipo de deficiência. 
São a maior
    minoria do mundo, e cerca de 80% dessas pessoas vivem em países em
    desenvolvimento, como é o caso do Brasil. 
Em síntese, a
    acessibilidade garante o sagrado direito de ir e vir a todos os lugares.
    Vista dessa perspectiva, a acessibilidade é requisito da inserção dos
    deficientes na sociedade. 
Do ponto de vista
    do arcabouço legal, o Brasil tem hoje um conjunto de leis de acessibilidade
    tanto no plano federal quanto no estadual e no municipal. 
Todavia, a
    previsão legal não tem sido garantia suficiente para que, na prática, a
    acessibilidade seja garantida. Basta dobrar uma esquina ou tentar subir uma
    rampa, para o cadeirante perceber como os critérios de acessibilidade são
    ignorados a cada instante. 
O desafio que se
    coloca diante da indústria do turismo é muito semelhante ao que se coloca
    para o conjunto da sociedade: fazer as garantias legais produzirem efeitos
    práticos nas instalações públicas e privadas como forma de promover a
    acessibilidade e a inclusão. 
Lamentavelmente,
    na história das sociedades, o modo de pensar e de agir é uma das estruturas
    mais lentas no processo de modificação. 
Mesmo num mundo
    interligado em tempo real, com amplo acesso à informação de qualquer
    natureza, não é fácil mudar a mentalidade das pessoas. 
O Brasil quer e
    precisa ter um olhar aberto para as parecerias com os mais diversos povos
    do planeta. 
Quem conhece as diversas
    culturas tem a oportunidade de desenvolver o espírito crítico e de
    aproveitar melhor os potenciais do Brasil. 
Fonte: DM.com.br | 
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